A região do Grande ABC, em São Paulo, tem enfrentado desafios consideráveis no que diz respeito à inadimplência dos seus moradores. De acordo com os dados mais recentes do SPC Brasil, a inadimplência na região apresentou um crescimento anual de 1,54% em junho de 2024, superando as médias da região Sudeste (0,73%) e do Brasil (0,53%). Essa tendência de alta chama atenção e sugere a necessidade de medidas preventivas mais eficazes para combater o endividamento.
Além do aumento no número de inadimplentes, as dívidas em atraso também cresceram significativamente. Em comparação com junho de 2023, houve um aumento de 4,01% no número de dívidas em atraso na região, um valor superior à média do Sudeste (2,49%) e do Brasil (2,20%). Apesar desse crescimento preocupante, houve uma leve queda de -0,24% no número de dívidas em atraso entre maio e junho de 2024, o que pode ser um sinal positivo de recuperação, embora ainda insuficiente para reverter a tendência de alta.
O perfil dos inadimplentes da região do Grande ABC revela dados interessantes. A faixa etária com maior participação entre os devedores é a de 30 a 39 anos, que representa 25,11% do total. Em termos de gênero, a distribuição é equilibrada, com 50,34% de mulheres e 49,66% de homens inadimplentes. O valor médio das dívidas na região é de R$ 5.477,35, com 25,17% dos consumidores devendo até R$ 500.
Quando analisamos os setores credores, o setor bancário lidera com folga, representando 70,77% das dívidas ativas na região. Outros setores, como comércio, comunicação, e serviços essenciais como água e luz, também têm participação relevante. Em relação ao tempo de atraso, a maioria dos inadimplentes (40,98%) está com dívidas em atraso de 1 a 3 anos, com um tempo médio de inadimplência de 26,7 meses (aproximadamente 2,2 anos).
Os dados apresentados refletem uma situação delicada na economia do Grande ABC, com um aumento contínuo no número de inadimplentes e no volume de dívidas em atraso. Esses indicadores ressaltam a importância de iniciativas que promovam a educação financeira e o uso consciente do crédito, buscando reduzir os índices de inadimplência e auxiliar os moradores da região a recuperarem o controle de suas finanças.
Este é um cenário que merece atenção não apenas das instituições financeiras, mas também de políticas públicas que visem o fortalecimento da economia local e a proteção dos consumidores em situações de vulnerabilidade econômica.